Muitos brasileiros que hoje têm entre 15 e 25 anos ou mais compartilham uma memória nostálgica da escola: a sala de informática. Um espaço por vezes idolatrado, mas que para muitos representou um desejo distante, raramente concretizado em aprendizado efetivo. Embora o Censo Escolar 2020 indique que a maioria das escolas brasileiras, públicas e privadas, possui esses laboratórios, a realidade do seu uso revela um abismo entre ter a ferramenta e de fato utilizá-la para educar.
Não quer dizer que todos não tenham usado, mas também não quer dizer que todos tiveram acesso. De acordo com o Censo Escolar 2020 e pesquisas mais recentes, a maioria das escolas brasileiras (tanto públicas quanto privadas) possui salas de informática. No entanto, o uso efetivo e constante dessas salas depende de vários fatores, como manutenção de equipamentos, disponibilidade de acesso à internet e capacitação de professores.
Uma estimativa conservadora, cerca de 60% a 70% das escolas públicas que possuem salas de informática conseguem utilizá-las de forma regular ou eventual. Portanto, a cada 10 escolas públicas com salas de informática, 6 a 7 escolas as utilizam efetivamente.
Estima-se que 90% a 95% das escolas particulares que possuem salas de informática as utilizam de forma regular. Então, a cada 10 escolas particulares com salas de informática, 9 a 10 escolas as utilizam ativamente.
A falha no ensino da tecnologia, um dos pilares da sociedade atual, persiste em ambos os sistemas, público e privado. O resultado é uma dificuldade geracional no manuseio de ferramentas digitais, como computadores, celulares e Smart TVs. Uma pesquisa sobre o tema confirma este cenário: 100% dos entrevistados afirmaram conhecer amigos ou parentes com mais de 40 anos que possuem dificuldades ou evitam a tecnologia.
Foi feito um levantamento de informações sobre tal questão “o uso da tecnologia na educação e no cotidiano” e o seguinte gráfico foi obtido:
E de 100% somente as salas de informática que são totalmente utilizadas somam apenas em 14,8% o que colocado em escopo geral é uma porcentagem consideravelmente baixa.
E para que aja o uso destas salas há alguns desafios a serem rompidos como Falta de Investimentos: A falta de recursos para aquisição e manutenção de equipamentos tecnológicos, como computadores e redes de internet de qualidade, ainda é um desafio significativo.
Capacitação de Professores: Muitos professores não têm formação contínua ou adequada para integrar tecnologias ao currículo escolar de forma eficaz. Programas de capacitação são necessários para aumentar a competência digital dos educadores.
Desafios que muitas das vezes podem ser solucionados sem muito esforço já quem em muitas vezes há investimentos em coisas desnecessárias ou menos importantes que na área da educação e na especialização de profissionais, estimasse que em muitas escolas públicas, o uso da sala de informática não é acompanhado por um professor especializado na área, especialmente em regiões mais remotas ou com maior dificuldade de acesso a recursos.
Aproximadamente 40% das escolas públicas com salas de informática não possuem um professor especializado na área. Em vez disso, um professor de outras disciplinas, como matemática, ciência ou até pedagogia, é quem assume o ensino da informática, com treinamento básico ou médio na área.
Portanto, em 10 escolas públicas que utilizam a sala de informática, aproximadamente 4 escolas não terão um professor especializado, enquanto 6 escolas podem ter algum tipo de profissional com especialização ou formação técnica na área (embora não necessariamente com formação pedagógica específica em informática).
Enquanto que nas escolas privadas, a situação é bem diferente. Essas escolas geralmente investem mais na contratação de professores especializados em informática ou áreas relacionadas, como Tecnologia da Informação (TI), Computação ou Informática Educacional. Isso ocorre principalmente porque elas possuem mais recursos financeiros para contratar esse tipo de profissional e também por uma maior demanda por esse tipo de ensino.
Aproximadamente 80% a 90% das escolas particulares com salas de informática contam com professores especializados, seja com graduação em Tecnologia da Informação, Ciências da Computação ou especializações em Informática Educacional.
Portanto, em 10 escolas particulares que utilizam a sala de informática, 8 a 9 escolas terão um professor especializado, enquanto 1 a 2 escolas podem ter um profissional com formação em outras áreas, mas que dá aulas de informática de forma eventual ou sem uma especialização técnica na área.
O que difere o professor bom do professor ruim? A especialização? a Competência? Quando estamos dentro, sem muita visão dos que estão de fora sofremos muito com a falta deste recurso, mas agora já pertencentes ao grupo que já conhece isso podemos ver o quantos nos faz falta, aqui estão alguns dos Fatores que Influenciam a Contratação de Professores Especializados
A cada 10 escolas que utilizam a sala de informática, aproximadamente:
Essas porcentagens podem variar dependendo da localização e da capacidade de investimento das escolas, mas esse é o panorama geral.
Por mais que o uso da tecnologia seja cada vez mais palpável, estamos deixando de lado a nossa futura geração crescer sem tal conhecimento, no ensino fundamental é de extrema importância que os alunos tenham pelo menos o conhecimento básico de tais tecnologias para que no ensino médio sejam capazes de exercer funções mais complexas para que após a conclusão comecem com uma carreira profissional mais preparada e estando sempre ciente da evolução constante da tecnologia.
O que de fato falta? Já sabemos que escolas possuem salas equipadas com computadores, professores que se dispõem mesmo não sendo especializados, e aqueles que são estão lá também, o que falta para nossas crianças e jovens aprenderem o que já é o básico do ensino nos dias de hoje?
Muitas das crianças e adolescentes têm um vasto conhecimento em redes sociais, mas um baixo conhecimento no aparelho em que usam, qual o total potencial do item em que tem na mão, na escola, em casa......
Ainda com dados levantados da pesquisa “o uso da tecnologia na educação e no cotidiano” Conseguimos ver do lugar de outras pessoas qual a dificuldade enfrentada nesta questão com o gráfico abaixo:
Este gráfico deixa bem claro o que se passa na cabeça de quem está de fora vê a realidade, e como fica bem claro as dificuldades em grande maioria sempre estão relacionadas com as instituições o que nos leva a crer que não querem nos ensinar isso, ou seja privam nossas crianças e jovens deste conhecimento tão importante.
A tecnologia deixou de se tornar um algo específico a muito tempo,” A proporção de pessoas com 10 anos ou mais de idade que utilizaram a Internet no país passou de 84,7% em 2021 para 87,2% em 2022” de acordo com o IBGE.
Um exemplo bem claro é que “No ranking de 189 países classificados no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o Brasil aparece na posição 79 (com IDH de 0,761 em 2018). A Índia ficou na posição 129, com IDH de 0,647 no mesmo período” de acordo com a BBC “Índia tem investido significativamente na exploração espacial, com a Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO) desempenhando um papel crucial. A Índia tem um programa espacial bem estabelecido, com a finalidade de usar a exploração espacial para o desenvolvimento socioeconómico e também para demonstrar suas capacidades tecnológicas. No ensino fundamental, a Índia enfatiza o ensino de ciências e matemática desde cedo, criando a base para futuros profissionais da área espacial. “E o Brasil o que faz? Está realmente investindo em sua futura geração?